Familiares de empresário executado relatam que viram video com ação dos pistoleiros.


A reportagem do Cada Minuto esteve todo fim de semana na cidade de Palmeira dos Índios para ouvir familiares do empresário Jair Gomes de Oliveira, o “Grilo”, após quinze dias do assassinato.
A esposa Teresa Cristina, bastante apreensiva revelou que tem medo de morrer. O irmão de Grilo, o empresário José Leão de Oliveira, “Zé Leão” pede justiça e quer os acusados na cadeia. Só no ano de 2010 foram registrados, no município palmeirense 37 assassinatos.
Teresa Cristina, tenta levar a vida cuidando das lojas Guanabara e Grilo Móveis, onde a vítima trabalhava todos os dias. Na loja, Cristina revelou que tem medo que algo parecido possa acontecer novamente, com ela ou com os três filhos e preferiu não falar detalhes sobre a morte do esposo.
“Não quero falar nada sobre o que aconteceu com meu marido”, disse. Não aguentando ficar calada por muito tempo, decidiu contar como era o comportamento diário de Jair Gomes. “Ele era uma pessoa que não tinha problemas com ninguém. Um homem responsável, trabalhador e honesto”, falou Cristina.
Ao baixar a cabeça lamentou. “Isso foi uma desgraça que aconteceu em minha vida”, expressou a frase na frente de uma filha que estava presente. Um dia antes toda família se reuniu na fazenda do irmão, Zé Leão, localidade próxima a Palmeira dos Índios. “Foi um dia maravilhoso que tivemos juntos. A família estava reunida, até pareceu uma despedida”, admitiu a viúva.
Cristina negou conhecer a pessoa que efetuou os disparos, através da imagem divulgada no retrato falado produzido pelo serviço de inteligência da polícia alagoana. “Nunca vi essa pessoa, em minha vida”. Jair Gomes, atualmente era o caçula da família com 39 anos, o irmão mais novo faleceu num acidente.
Zé Leão recebeu a reportagem, no seu estabelecimento comercial, no Centro da cidade. Ele pede justiça, mas não sabe quem é o autor intelectual do crime. “Essa pessoa que mandou matar meu irmão tem muito dinheiro para contratar pistoleiros de fora. Queremos justiça”, explicou o empresário que ainda está em choque com o fato.
Segundo Leão, 10 minutos antes do crime acontecer, os dois se falaram por celular. “Grilo você está onde? Ele respondeu que estava chegando ao ginásio para jogar uma partida de futebol. Depois me ligaram informando que tinham matado meu irmão. Fui imediatamente para o local”, relatou.
O retrato falado do criminoso foi constituído por meio de imagens do sistema de segurança de um supermercado que fica na esquina onde ocorreu o delito. Segundo o irmão da vítima, que também assistiu as imagens com o delegado Silvio Costa perceberam a movimentação dos acusados, no bairro.
“Através das imagens fica mais fácil para a polícia investigar. Vi perfeitamente quando o criminoso chega numa moto, desce em frente a uma clínica e espera meu irmão chegar para jogar bola. Como meu irmão demorou chegar, o pistoleiro vai para um bar que fica na esquina para conversar com o comparsa [motoqueiro]”, detalhou, Zé Leão.
Ainda de acordo com Leão, o motoqueiro estacionou a moto enfrente o “Bar da Vó”, só que na contramão para facilitar a fuga. Novamente o autor dos disparos retorna para a calçada da clínica. Em seguida Grilo estaciona o veículo ao lado do passaporte, ao pisar na calçada do ginásio é abordado com três disparos. “Quando meu irmão estava no chão, recebe outro tiro na cabeça”, contou.
A filmagem também capturou quando o piloto da moto preparava a fuga. O pistoleiro sai correndo sobe na garupa e entra em fuga, pela rua 15 de novembro, no bairro São Cristovão. As imagens foram enviadas para ser analisadas, no estado de São Paulo para tentar identificar a placa da motocicleta e o rosto dos criminosos.
“Grilo não tinha confusão com ninguém, era um mulecão, gostava muito de festa, na região”, falou Leão, que também descarta que o crime possa ter partido de Fernando Medeiros, esposo da atual vice-prefeita da cidade, Verônica Medeiros. “Não acredito nessa hipótese. O delegado Silvio está fazendo o papel dele que é de investigar o caso”.
Discórdia
Grilo teve uma confusão com Fernando Medeiros, há aproximadamente dois anos, numa cafeteria, após uma discussão sobre o Aero Clube, que funcionava antigamente como uma área de lazer na cidade. Fernando tinha dito que Grilo teria se apropriado indevidamente do local que pertence aos associados. Foi quando Jair Gomes teria dado um murro no rosto de Medeiros.
Mais uma linha de investigação
Os três delegados designados para o caso, Silvio Costa, Kelmann Vieira e Maurício Henrique devem ouvir ainda essa semana, o cunhado da vítima, identificado por “Beto” que teria também participado de uma confusão devido heranças de bens.
Informações dão conta que Grilo não queria dividir uma casa, localizada nas intermediações da praça Humberto Mendes, com o irmão da esposa Cristina. “Não fiquei sabendo desse caso, mas a polícia deve apurar tudo, inclusive isso, para inocentar depois quem não teve culpa”, finalizou Zé Leão.
Silvio Costa falou em entrevista ao Cada Minuto, durante o final de semana que não vai demorar muito tempo para revelar os nomes dos assassinos e dos autores intelectuais, mas até o momento, nenhum dos envolvidos teve o mandado de prisão preventivo decretado pela justiça.

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