Tive que comprar minha arma. Não vou morrer por conta de revólver enferrujado.


Patio da delegacia de Palmeira abandonado.

A delegacia regional de Palmeira dos Índios continua interditada por ordem judicial e nada foi feito até agora. Apenas a parte administrativa funciona no prédio que não tem estrutura física nenhuma para funcionar. Os presos estão sendo transferidos para a distrital de Igaci, com estrutura ainda pior.
Um policial de plantão, que não quis ter a identidade revelada com medo de sofrer pressões dos superiores, permitiu a nossa entrada na delegacia para fotografar o descaso. As celas estão vazias e abandonadas, infiltrações, gambiarras elétricas e banheiros danificados. No alojamento, um ventilador chama atenção de quem entra na delegacia.
Os presos estão sendo transferidos para a delegacia de distrital de Igaci, a estrutura do prédio é pior ainda que a regional. A reportagem do Cada Minuto foi entrevistar o suspeito, Marcos André Tavares Guedes, 31, preso por porte ilegal de arma, na praça São Francisco, em Palmeira dos Índios.
Policiais desconfiam que Marcos André possa ser um dos suspeitos da morte do empresário Jair Gomes de Oliveira, o “Grilo”. “Não quero falar nada, quero apenas descansar minha cabeça”, negou a participação, Marcos André.
Na delegacia de Igaci estava apenas um policial, cuidando de dez presos considerados perigosos pela justiça. O policial revelou que a secretaria de Defesa Social, só disponibilizou dois revólveres calibre 38, um deles com defeito para fazer a segurança da cidade. “Tive que comprar meu próprio armamento para fazer minha segurança. Não vou morrer por conta de um revólver enferrujado”, disse.
O telefone não faz ligação para celular e o rádio da polícia que mantém contato com a regional de Palmeira está quebrado. A delegacia não dispõe de viatura. O prédio só tem condições de abrigar seis presos e tem quatro a mais do limite.
A reportagem não teve acesso à parte interna da delegacia. Como também as pessoas que precisam registrar boletins de ocorrências, têm que ficar na calçada. O policial teme fuga em massa. “O portão está fechado porque recebemos ligações que iriam invadir para matar o suspeito em participar da morte do empresário”, falou o policial de plantão.

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