Francisco Tenório é preso em Brasília pela morte do Cabo Gonçalves.

Cumprindo determinação das 7ª e 17ª Varas Criminais e do GECOC, a Polícia Federal em Brasília, por meio da Secretaria de Defesa Social de Alagoas, acaba de prender o ex-deputado Francisco Tenório.
O presente mandado de prisão diz respeito ao homicídio do Cabo Gonçalves. Ainda nesta quinta-feira, 03, o acusado será conduzido a Maceió, onde ficará preso na Casa de Custódia da Polícia Civil. Chico Tenório também é apontado como autor de outros homicídios no Estado. O CadaMinuto falou com a assessoria do Ministério Público e a prisão foi confirmada. "O Francisco Tenório chega nesta quinta-feira". A assessoria da Polícia Civil informou que o delegado e ex-deputado deve estar desembarcando em Alagoas por volta das 14 horas.
Francisco Tenório perdeu a última eleição e com isto, a condição do Foro Privilegiado. Ontem mesmo uma reportagem do Cadaminuto explicou que além de Cícero Ferro, que teve a prisão decretada pela morte do ex-vereador Fernando Aldo, o ex-deputado federal Francsico Tenório também seria alvo da Justiça.
Cavalcante
O ex-tenente coronel Manoel Francisco Cavalcante apontou, durante depoimento na 7ª Vara Criminal da Capital, o envolvimento de três deputados na morte do ex-cabo da PM José Gonçalves da Silva Filho. No depoimento, que aconteceu a portas fechadas ao juiz Maurício Brêda, Cavalcante acusou os deputados estaduais Antônio Albuquerque, João Beltrão e o deputado federal Francisco Tenório como os autores intelectuais no crime do ex-cabo Gonçalves, morto em maio de 1996, num posto de combustíveis localizado na Via Expressa, bairro da Serraria, em Maceió. Cavalcante denunciou que o Cabo Gonçalves, que trabalhava com o deputado João Beltrão, se desentendeu com o então deputado e teve sua morte decretada em uma reunião acontecida na fazenda do deputado Antonio Albuquerque, com a participação do atual deputado federal Francisco Tenório. O detalhe é que Beltrão e Albuquerque chegaram a ser presos por este crime.
Os últimos passos de Gonçalves
O Cadaminuto apurou que o inquérito, que na época foi reaberto após as denúncias de Cavalcante, relata os últimos passos do cabo Gonçalves, que estava morando em Natal, RN, após o desentendimento com o deputado João Beltrão e teria vindo para Maceió registrar um filho seu. De acordo com o que foi levantado no inquérito Gonçalves teria ligado para Francisco Tenório pedindo uma ordem de abastecimento e ao chegar no posto foi surpreendido por doze homens que executaram o militar. “Foi uma covardia o que aconteceu, 12 homens fortemente armados atirando contra um militar que só tinha um .38 velho no seu bolso” disse um amigo de Gonçalves ouvido pela equipe do Cadaminuto na época.
A irmã do Cabo Gonçalves, Ana Gonçalves explicou no ano passado ao Cadaminuto que a família nunca procurou fazer justiça, sob nenhum motivo, e confirmou que no dia da morte seu irmão havia saído da casa de um parente apenas para reabastecer o carro.“Eu tinha falado a meu irmão que enquanto ele estivesse vivo de tudo, mas tudo mesmo, faria por ele. Ele sabia que no dia que morresse eu nada mais faria”. Ana disse na época que não temia represálias. “Se mata por qualquer coisa em Alagoas. Falta amor no coração das pessoas”, explicou ela confirmando que o irmão Del fez várias denúncias sobre o crime organizado e que o preço que ele pagou foi a sua vida.

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