Sessão da Câmara discute problemática do Transporte Público.

Os vereadores por Maceió realizaram nesta sexta-feira (25) uma sessão pública para discutir a problemática do transporte público na capital alagoana. A sessão foi convocada pela vereadora Heloísa Helena com o objetivo de se debater o Plano Diretor de Transporte Público e licitações ao setor. Estudantes da rede pública de ensino estiveram presentes na discussão.
O engenheiro, ex-superintendente de Transporte de Maceió e deputado estadual Judson Cabral (PT), lembrou que, quando gestor do transporte na capital, já se discutia a necessidade de empresas serem submetidas a processo licitatório.
“Estive superintendente por durante três anos, período no qual consegui construir os terminais de ônibus do Complexo Benedito Bentes e do Trapiche. O número de ônibus circulando em Maceió cresceu muito pouco. Além disso, não se respeita os horários, assim como a vida útil de cada veículo”, discursou.
O prefeito comunitário do Conjunto Benedito Bentes, Silvânio Barbosa, aproveitou a sessão para relembrar os inúmeros problemas enfrentados pela comunidade. "A desorganização é geral, a começar pela insegurança com a qual as pessoas fazem suas longas e desconfortáveis viagens, sempre em ônibus superlotados. Precisaríamos hoje de no mínimo mais trinta ônibus circulando na comunidade, além de investimento na melhoria das vias que lá existem", comentou a liderança comunitária.
Barbosa criticou ainda o sistema integrado do bairro que já possui mais de 150 mil habitantes. "Não podemos aceitar um sistema que não integra nosso bairro aos demais", complementou.
A sessão pública é presidida pela vereadora Heloísa Helena. Ela lembrou que, quando eleita vereadora por Maceió, em 2008, fez uma ‘viagem’ do Benedito Bentes até o Centro da capital em um ônibus, para testar quanto tempo gastaria para chegar ao local de trabalho às 8 horas da manhã. "Tive de acordar às cinco horas da manhã e senti de perto a dificuldade aqui relatada", comentou.
Para o professor Diógenes Paes, ligado ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteal) também participou da discussão. "Os empresários estão ganhando rios de dinheiro com veículos de tração animal, porque eles tratam os usuários como animais. São muitos os assaltos. Ônibus no Vergel do Lago só circula até determinada hora", discursou o professor.
Paes criticou ainda a 'livre' concessão a táxis lotação. "Estas concessões estão nas mãos de quem?", indagou o sindicalista, afirmando ainda que os vereadores receberiam propina em época de eleição. "Quem manda na SMTT são os empresários", emendou.
Diógenes Paes lembrou ter feito o que ele considera ser uma denúncia grave, dando conta de que a SMTT estaria envolvida em esquema que consiste na indevida manipulação de software utilizado nas catracas dos ônibus, no caso dos usuários que compram crédito para se deslocarem em Maceió. "Fiz esta denúncia há sete meses e até agora nada. Quando há outro tema que os leva à mídia, aí sim a discussão ganha força, como no caso da violência pelas torcidas organizadas", alfinetou.
"Nós precisamos saber quais vereadores estão de fato a favor dos empresários. Não sou contrário ao empresariado, mas é preciso que se discuta amplamente questões como o plano de mobilidade. O serviço é caótico", emendou o professor Diógenes Paes.
Acessibilidade
O professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Antônio Facchinetti, esteve presente na sessão e afirmou não haver espaço para os ciclistas em Maceió, cobrando a construção de ciclovias, já que muitos trabalhadores precisam arriscar a vida para se deslocarem ao local de trabalho, diariamente, em bicicletas. "É preciso que deixemos o nosso carrinho em casa, passando a andar de ônibus. Para isso, precisamos de um serviço de qualidade, a fim de que possamos evitar congestionamentos", comentou o professor, destacando ainda que a Prefeitura é alvo de ação civil pública devido à falta de acessibilidade por parte dos usuários do transporte urbano.
"As plataformas são enormes e impedem o acesso das pessoas, sobretudo idosase portadoras de alguma deficiência física. A lei estalebelece que a distância entre o ônibus e o meio fio deve ser de trinta e cinco centímetros, mas os motoristas param com até mais de um metro de distância", criticou.
'Todos contra a SMTT'
O representante da SMTT, José Alfredo, reconheceu a deficiência do serviço e que a Superintendência sofreu um processo de declínio a partir do momento em que Judson Cabral deixara a chefia do órgão. "Eu fico doente quando passo em frente a um ponto de ônibus. Sinto-me impotente. Então o que estou fazendo na SMTT? Responde que estamos resolvendo um grande erro, e isto não se faz do dia para a noite", discursou o diretor da SMTT.
José Arnaldo disse ainda que o órgão tem fiscalizado os horários dos ônibus, assim como a questão da busca por passageiros por taxistas no porto de Maceió, lembrando ainda ter resolvido, de forma paleativa, mas a pedido da população, problema relativo à ausência de abrigo em comunidade da capital. "Peço paciência às pessoas, porque para tudo há a necessidade de pesquisa, como a de origem/destino, para que saibamos quais as linhas com maior fluxo de passageiros. Tenho filhos e amigos que também precisam do serviço", comentou.
'Terminais fazem vergonha'
"Os terminais de ônibus fazem vergonha. São sanitários fedorentos e gambiarras feitas pela população e cuja conta é paga pela SMTT. Às seis horas da manhã, o terminal de ônibus do Benedito Bentes é de fato um inferno. Se daqui a dois meses eu vier aqui com a mesma conversa, aí sim não me perdoem". Já quanto à licitação, o representante da SMTT diz que não há como se exigir que uma empresa transporte 'somente 10 passageiros por linha'. "Agora temos mais um problema, representado por uma ação que argumenta que nossos agentes não podem multar condutores infratores", emendou. Preocupado com a possibilidade de protesto por parte de usuários, a SMTT salienta que o trabalho na pasta é 'rodeado por problemas'. "Emitimos quarenta e oito autorizações para passeatas somente relativas ao carnaval. Os que antecederam o Pinto de Luna estavam engavetando processos e mais processos. E mesmo que a população queira realizar uma manifestação na rua, precisa solicitar autorização da SMTT para sabermos se o trecho compreende algum corredor de ônibus. Vou solicitar a gravação desta sessão, para que toda ela seja reproduzida ao superintendente Pinto de Luna", afirmou.
José Alfredo explica ainda que não há como se conceber uma faixa exclusiva para o fluxo de ônibus devido aos limites dos corredores de ônibus, como a Fernandes Lima, avenida mais movimentada da cidade. "Outras cidades podem fazê-lo, mas no momento ainda não podemos. Maceió precisa de investimento, de viadutos. Os deputados federais e senadores precisam lutar por emendas. Fizeram agora um viaduto na saída do aeroporto internacional de Maceió. Ele poderá ser útil no futuro, mas, para agora, temos outras urgências", alfinetou.

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1 Comentários

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