ACABOU O MISTÉRIO DA CERVEJA


Alexandre Tenório
O contador de causos

COLUNA ENSAIO GERAL
A CERVEJA (PARTE III)

Quando chegou à temperatura ideal coloquei o LUPULO, então levei o mosto para dentro do botijão de plástico, fechei e coloquei uma parte de mangueira dentro do botijão e a outra parte ficou dentro de um copo com água, e ai iniciou-se a fermentação e durante mais de 10 dias ficava saindo borbulha do copo, quando um belo dia eu cheguei para olhar como estava o processo, e encontrei o copo sem borbulhar, gritei de alegria porque a cerveja estava pronta.
Esperei chegar à noite e logo após o jantar, iniciei o processo de coagem do mosto, Deu uma trabalheira danada coar numa peneirinha e depois num coador de café, mais finalmente terminei a tarefa. A cerveja artesanal tem uma diferença para a cerveja industrializada, pois a industrializada ela sofre o processo de filtração, que faz com que ela fique transparente, e a cerveja fica opaca devida o processo de coar, não retirar todos os resíduos do mosto, porém isto não deverá influenciar o sabor, assim é que ensinam os cervejeiros.
Coloquei um pouco de açúcar na cerveja, que era para ela poder fermentar e criar gás, coloquei o liquido dentro das garrafas através de um funil, e tampei com as tampinhas que vieram e a máquina de tampar garrafa. O ultimo processo é a pasteurização, processo que é feito colocando as cervejas engarrafadas dentro de um caldeirão com água esquentando ela a temperatura de pasteurização, algo em torno de 60ºC.
E finalmente coloquei as garrafas dentro da grade e esperei uns 5 dias para poder beber. Quando tarde da noite escuto um pipoco, acordou todo mundo em casa, sai à procura do que foi e na cozinha encontrei a bagaceira de cerveja derramada , uma garrafa explodiu e vôo cerveja para todo lado , esta brincadeira durou 5 dias e explodiu 8 garrafas , isto quer dizer das 24 só restaram 16.
Digo aos senhores leitores, que cada dia que passava aumentava a minha ânsia de experimentar a dita cuja , quando finalmente terminou de explodir e estava finalizada a odisséia, levei uma cerveja para o congelador e esperei a bichinha ficar no ponto.
Passados 2 horas de angústia e ansiedade finalmente chegou à hora tão desejada, a tirei do congelador, abri a tampa, saiu aquele aroma de cerveja, coloquei num copo e tomei um bom gole, nunca vi coisa tão ruim na minha vida, parecia que estava tomando mijo, cuspi fora aquela merda, despejei o resto na pia e derramei as que estava na grade, pois eu precisava das garrafas para comprar cerveja.
Decepcionado e triste desci para o Bar do Né, que ficava em frente ao colégio estadual, e pedi uma cerveja ANTARCTICA bem gelada , coloquei no copo e deliciei aquela maravilha, que não precisava passar 20 dias para fazer e tomar, bastava ter dinheiro para comprar, foi ai que eu vi que qualquer valor pago por uma cerveja é de graça.
Como bom comerciante, tinha de diminuir o prejuízo, procurei o meu amigo Nilson Tenório e propus vender a ele o kit, trocava em LPs, pois ele tinha uma discoteca e estava acabando, expliquei que era uma boa para ele, e que ele iria ter o prazer de produzir sua própria cerveja. Prontamente ele aceitou a troca e sai de lá com um monte de disco. Tempo depois pergunto se ele tinha feito a cerveja, ele disse que era muito complicado, que era melhor comprar, no que eu concordei plenamente, UFA!
ATÉ A PRÓXIMA SEMANA!