MAIORIA ABSOLUTA É UMA COISA, ROLO COMPRESSOR É OUTRA.

Por Luciano Siqueira
Médico e Deputado Estadual

No período legislativo que se inicia nesta segunda-feira, o governador Eduardo Campos encaminhará à Assembleia Legislativa o PPA (Plano Plurianual) e a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), duas peças fundamentais da atual gestão. Anunciam o que se pretende fazer e com quanto se pretende contar e com quê, como e onde gastar. Vencidos os trâmites regimentais, serão certamente aprovados por larga maioria. Não será surpresa se surgirem, uma vez mais, comentários depreciativos em relação ao Poder Legislativo estadual acusando-o de submeter-se a que no jargão politico se costuma denominar “rolo compressor”, supostamente imposto pelo Palácio do Campo das Princesas.
A aprovação do PPA e da LDO se dará, obviamente, pela maioria absoluta de que o governo goza na Casa de Joaquim Nabuco, na atualidade. Um fato positivo, pelo conteúdo das duas proposituras, expressão da continuidade de um governo que vem dando certo e é por isso mesmo reconhecido e aprovado pela esmagadora maioria dos pernambucanos.
A correlação de forças numa casa legislativa nem sempre é algo consistentemente definido. Está sujeita a contingências que envolvem o Poder Executivo – seu grau de eficiência administrativa e sua capacidade de conquistar apoios -; ao próprio ambiente parlamentar, plural por natureza e sensível, em maior ou menor grau, ao sentimento das ruas; e, em certas situações, à pressão social organizada em torno desta ou daquela matéria.
Na situação atual é preciso lembrar que essa maioria governista de quase quarenta deputados, de um colegiado de quarenta e nove, não é fruto de qualquer pressão descabida por parte do governador e sua equipe. Nasceu das urnas, que premiaram, pela vontade do eleitorado, a coligação Frente Popular com acachapante vitória. Salvo se houvesse deslocamento de partidos dessa coligação para o campo oposicionista, seria de estranhar, isso sim, que o governo enfrentasse dificuldades em aprovar suas proposições
Daí porque vale observar o que acontecerá nesse segundo semestre sob crivo mais atento, e até mais rigoroso, se for o caso, sem entretanto subestimar essa variável vinculada diretamente aos resultados do último pleito. Para que não se confunda maioria absoluta com “rolo compressor”, nem concordância consciente com submissão fisiológica.

Postar um comentário

0 Comentários