CONHECENDO AS BELEZAS NATURAIS DO SÍTIO RIACHO DA LUÍZA DE VENTUROSA/PE (ÚLTIMA PARTE)

Nessa última parte comentarei tudo vivenciado no lajedo da Luzia em Venturosa. Quando você transita pela BR-424, sentido Arcoverde, você desce a serra do Tará, que é bastante sinuosa e íngreme. A vila do Tará reúne cerca de 80 famílias, em sua maioria, todos parentes. Há 04 quilômetros, você chega no Riacho da Luiza, que inclusive, o riacho secou, mas existem várias mulheres com o nome de Luiza em todo o trecho da região.
Logo quando se chega no pé da serra do Letreiro, você se depara com essas pinturas rupestres, marca real da presença do homem pré-histórico na região. Na vida do Homem pré-histórico tinham lugar a Arte e o espírito de conservação daquilo de que necessitava. 
Estudos arqueológicos demonstram que o Homem da Pré-História (a fase da História que precede a escrita) já conservava, além de cerâmicas, armas e utensílios trabalhados na pedra, nos ossos dos animais que abatiam e no metal. 

Uma das primeiras formas que o ser humano encontrou para deixar seus vestígios foi a pintura. A arte rupestre consistiu na maneira utilizada para se ilustrar sonhos e cenas do cotidiano. Símbolos da vida, da morte, de céu e da terra foram encontrados nas paredes cálidas das cavernas.

A aguda sensibilidade do homem (sentimento de suma importância para o desenvolvimento da arquitetura e escultura), levou-o a pintar. Muitos dizem que os antigos pintavam por fome, teorias mais recentes asseguram que o faziam por uma "predeterminação sexual". É sabido que a tela primordial em que nossos parentes longínquos plasmaram suas idéias pictórica foi a rocha pura. 

As cores deviam ser aplicadas com aglutinantes para assegurar a aderência. As cavernas foram pontos culminantes para o homem primitivo usar sua linguagem, resultando numa evidente transição técnico-estilística: do realismo estático ao dinâmico, primeiro, e depois à uma acentuada estilização. A temática era comum entre eles: animais e cenas de caça e dança, as primeiras; homens e cenas várias, as segundas. 
No Brasil, são várias as serras que tem pinturas rupestres. No Piauí tem a serra da Capivara, onde lá os primeiros habitantes das Américas trataram de deixar seus vestígios na rocha. 
É uma verdadeira galeria de arte rupestre que se confunde com a beleza natural das cavernas locais. Observando a pintura, podemos notar cenas que ilustram a vida pré-histórica, caçadas, ritos religiosos, sexo, enfim.

O município de Venturosa tem uma cordilheira que se estende até o município de Pesqueira. São encontradas muitas serras e cada uma com sua característica particular. A sede do município nasce nas terras que teriam pertencido ao senhor Valeriano Santos, entre o final do século XIX e início do século XX. Ainda habitaram o que viria a ser a Vila de Boa Sorte o comerciante de peles e animais, João Laurentino de Souza, o agricultor e dono de terras Quirino dos Santos, o também dono de terras e comerciante Manoel Moreno e o dono de terras e chefe político, Justino Alves. 

No lajedo da Luiza, você encontra vários tipos e geoformas de pedras. Impressionante, é que as rochas soltas, não rolam de cima do lajedo. As cores das pedras sempre puxam para uma cor amarelada, quando os raios do sol batem, deixa um colorido todo especial até nas roupas que você usa. É um lugar misterioso.

Eu tenho a força, exclamava He-man, desenho que recordo muito bem da minha infância. As rochas pesam toneladas e mais toneladas. Provavelmente, a localização dessas pedras é resultado de uma ação vulcânica há milhões de anos.

O que deixa o lugar encantador, misterioso, é o meio em que elas estão. Uma lajedo de 500 metros de comprimento, com cavidades de até um metro de profundidade, que quando chove torna-se em caldeirões d'água. Como choveu pouco na região, está tudo seco.

O lajedo da Luiza tem comparativo com o lajedo do Pai Mateus, no município de Cabaceiras, região sertaneja da Paraíba. Nesse local se registrou a existência de outras grandes propriedades rurais: a fazenda Riacho do Meio de propriedade do senhor Antônio Lourenço que produzia rapadura, fazenda Barro Branco pertencente a Manoel Joaquim, fazenda Caatinga Branca do senhor José Miguel e a fazenda São Roque que pertencia ao senhor Antônio Alexandre da Silva.
Conta a história do início do povoamento nessa região de Venturosa, que as famílias eram numerosas, já que ter muitos filhos queria dizer possuir muitas mãos para auxiliar nos trabalhos das fazendas, sítios e nos afazeres domésticos. Uma família formada por pai, mãe e dois filhos era considerada pequena. Muito comum era ver nos sítios, vilas e cidades do interior, famílias onde o casal havia gerado dez, doze ou até mesmo quinze filhos.

Que tal um por do sol no lajedo da Luiza? Consegui vivenciar esse momento único da natureza. Veja como a natureza se destaca, falta apenas a ação responsável do homem.
A partir que o sol vai se escondendo, a luz natural do dia vai terminando e se aproximando da noite, o lugar fica com ar diferenciado.

Nos sítios espalhados pelo mundo, é padrão encontrar, além dos desenhos parietais, figuras e objetos decorativos talhados em osso, modelados em argila, pedra ou chifres de animais. O lajedo da Luiza é uma ação ímpar do tempo, você não ver em qualquer lugar do mundo essa ação vulcânica.

Viajar. Sinônimo de aprendizagem. Cada lugar que tenho conhecido, tenho recebido uma lição. Vejo que o meio ambiente precisa ser melhor cuidado, caso contrário, sentiremos na pele as reações climáticas desfavorável a nós pobres mortais.

Debaixo da caverna da serra do Letreiro, pude sentir seus enigmas, seus mistérios. Serve também de criatório do animal chamado de mocó, parente do preá. Os caçadores gostam de caçar esse tipo de roedor, que se alimento de folhagens, cocos, insetos e outros materiais orgânicos da serra.

Considera-se arte rupestre as representações sobre rochas do homem da pré-história, em que se incluem gravuras e pinturas. Acredita-se que estas pinturas, cujos materiais mais usados são o sangue, saliva, argila, e excrementos de morcegos (cujo habitat natural são as cavernas),[1] têm um cunho ritualístico. 


Quero aqui, nessa última reportagem, agradecer ao amigo Gui, que foi nosso guia de turismo pela região do sítio Riacho da Luiza, zona rural de Venturosa. Também agradecemos ao senhor Zé Bento e dona Luizinha, pela receptividade para com esse blogueiro.
Valeu a experiência no meio da caatinga. 
Muito obrigado a todos!


ATÉ A PRÓXIMA AVENTURA!

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