CENTO E SETENTA E OITO PESSOAS DE CÂNCER NO HGE EM MACEIÓ/AL


“A situação é de carnificina”.

A frase acima, indignada, é do defensor público Daniel Alcoforado, que atua nas questões envolvendo a Saúde Pública.

Hoje pela manhã ele reuniu na sede da Defensoria Pública Estadual representantes das pastas da Saúde do estado e do município e dos serviços de oncologia – públicos e privados – que fazem parte da rede de atendimento.

Conclusão: há uma saturação, com a incapacidade da rede de ampliar o número de leitos dedicados aos pacientes de câncer, e estes estão morrendo no HGE.

E os números são impressionantes.

Só este ano, 178 pessoas já morreram no HGE, sem ao menos ter direito a uma biópsia.

Nos últimos 9 anos – contando 2018 – nada menos do que 2.225 pessoas morreram no Hospital Geral do Estado nas mesmas condições.

É preciso esclarecer que o HGE não é local adequado para receber esses pacientes – é um hospital de urgência e emergência -, que deveriam ser encaminhados para as unidades especializadas:

– Há uma decisão judicial transitada em julgado que garante às famílias dos doentes a transferência para os hospitais que formam a rede de atendimento oncológico, mas não há leitos disponíveis, afirmam os hospitais contratados.

Daniel Alcoforado diz que a sua perplexidade é ainda maior porque “não há nenhum planejamento ou projeto para ampliar o número de leitos para pacientes de câncer. Nem mesmo nos novos hospitais que estão sendo construídos pelo governo do Estado há essa previsão. Ou seja: a situação tende a piorar”.

Mas ele deixou claro que a Defensoria Pública vai continuar insistindo para atenuar esse quadro devastador – e desesperador.

por Ricardo Mota/TNH

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