Cremepe determina interdição do setor de necropsia do IML.

O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) determinou, na manhã desta terça-feira (15), a interdição do exercício da profissão do médico no setor de necropsia do Instituto Médico Legal (IML) do Recife. De acordo com o órgão, "não há condições de um médico trabalhar no local". Em uma visita feita à unidade nessa segunda-feira (14), em caráter de fiscalização, foram detectadas diversas irregularidades, como infiltrações no teto, falta de local adequado para escoamento dos líquidos e fluidos, macas quebradas, iluminação precária, entre outras. A medida será publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (16) e passa a valer 48h a partir de então. Após esse prazo, os corpos passarão a ser liberados como "causa indeterminada da morte" por falta de condições técnicas adequadas.
Segundo o presidente do Cremepe, André Longo, a decisão irá evitar a retenção dos corpos no Instituto. "É preciso que os médicos tenham o mínimo de condições para trabalhar. É preciso que esse serviço tenha um cuidado adequado", explicou. Ainda hoje, o relatório que resultou da vistoria será encaminhado para a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Para o presidente da Associação Pernambucana de Medicina e Odontologia Legal (Apemol), Carlos Medeiros, a operação-padrão deflagrada na última sexta-feira (11) pelos médicos legistas continua. Os profissionais reivindicam melhorias no salário e nas condições de trabalho. Uma assembleia da categoria a ser realizada hoje à noite irá discutir a intervenção do Cremepe. Na manhã de hoje, 41 corpos aguardavam liberação no IML do Recife.

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