Dilma anuncia reajuste de até 45,5% a beneficiários do Bolsa Família.

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira (1º) o reajuste médio de 19,4% aos beneficiários do programa Bolsa Família. O maior aumento, de 45,5%, será dado a crianças e adolescentes de até 15 anos. O reajuste terá um impacto de R$ 2,1 bilhões no Orçamento da União --0,4% do PIB (Produto Interno Bruto). Com a correção, o menor valor pago pelo programa passa de R$ 22 para R$ 32 e o maior, de R$ 200 para R$ 242. Segundo o governo, 12,9 milhões de famílias em todo o Brasil recebem o benefício. O sertão baiano foi escolhido pela presidente como palco do anúncio do primeiro reajuste de seu governo no valor dos benefícios do Bolsa Família, principal programa de transferência de renda federal.
O anúncio foi feito durante a visita de Dilma a Irecê, município localizado no Polígono das Secas, a 478 km de Salvador. O reajuste havia sido prometido pela própria presidente, em novembro, logo após sua eleição. "Eu não sei hoje dizer qual é esse reajuste, mas que terá reajuste eu asseguro que terá", disse na ocasião. O valor do benefício está congelado desde setembro de 2009. Na época, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu um aumento real (acima da inflação) de 4% ao Bolsa Família. Dilma cumprimenta populares na chegada a Irecê; no local, presidente anuncia reajuste no Bolsa Família.
ORÇAMENTO: O anúncio da presidente Dilma, que colocou como prioridade do seu governo a erradicação da miséria, foi feito em meio à definição de cortes de R$ 50 bilhões no Orçamento deste ano, e logo após o aumento do salário mínimo para R$ 545. Apesar de afirmar que as despesas com os programas sociais e com os investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) serão integralmente mantidos, o governo anunciou ontem que o corte de despesas no Orçamento deste ano irá afetar fortemente o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. O programa terá uma contenção de mais de R$ 5 bilhões nos repasses do governo, o que representa 40% de corte --passará de R$ 12,7 bilhões para R$ 7,6 bilhões.
Segundo o detalhamento do corte das despesas do Orçamento, os gastos discricionários dos ministérios tiveram uma redução de R$ 36,2 bilhões. Os vetos à Lei Orçamentária respondem por R$ 1,6 bilhão em despesas. Já as despesas obrigatórias tiveram uma redução de R$ 15,7 bilhões, sendo R$ 3,5 bilhões de gastos com pessoal, R$ 8,9 bilhões nos subsídios, R$ 2 bilhões de gastos previdenciários e R$ 3 bilhões em abono salarial e seguro-desemprego. Houve, contudo, um acréscimo de R$ 3,5 bilhões em créditos extraordinários, para o Nordeste e a Amazônia.

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