 |
| Alexande Tenório O contador de causos de Bom Conselho |
FUTEBOL DE TAMPA
(PARTE II)
A falta era cometida quando o jogador batia uma tampa na outra sem antes ter batido na bola, se a falta ou mão era cometida na área era considerado pênalti, que era batido da mesma maneira que se bate no futebol, goleiro no centro do gol e bola na marca do pênalti para ser chutada.
A expulsão se dava quando o jogador fazia falta desnecessariamente, ou seja, ele acertava o jogador sem ter ido de encontro da bola, a expulsão também se dava quando o jogador depois de levar o cartão amarelo cometia outra falta. Era comum durante um jogo haver desentendimento entre os donos dos times, e muitas vezes terminavam em briga, que logo era apartada pela turma do “deixa disso”.
Certas feitas estavam jogando na minha casa no estádio MAZOLÃO, professor Pedro Torres e Eliomar Borges, eu era o juiz e houve uma contestação sobre um lance, e eles começaram a discutir e eu tentando apartar, é quando Pedro empurra a mão em Eliomar, este se abaixa e eu que estava logo atrás recebo o tapa, caio em cima de um cesto de roupa suja que tinha perto, os dois caga-cebos, pararam de brigar e começaram a rir da minha cara, não tive duvide e coloquei os dois para fora de casa e depois quando não tinha ninguém, fui rir também, pois foi uma cena engraçada, como menino tem raiva passageira, no outro dia já estavam todos lá em casa jogando de novo e discutindo.
O primeiro estádio do futebol de tampa, era na casa de Pedro Torres, e se chamava ESCOFLATA, era um campo muito bom, o cimento tinha sido bem queimado, as tampas e a bola, deslizavam facilmente, este campo era na casa da Rua Manuel Borba, quando a família se transferiu para a Praça da Bandeira, houve uma tentativa de fazer um campo, porém ele ficou muito ruim, pois o pedreiro não queimou bem o cimento e ele ficou carrasquento, fazendo com que houvesse muita mão, ou seja, a tampa engolir a bola. Com este fato os jogos neste campo eram muito pouco.
O campo da minha casa era o MAZOLÃO, em homenagem a Mazola, jogador brasileiro radicado na Itália e jogando na seleção italiana. O Mazolão era um campo excelente, a queima do cimento tinha ficado perfeita, então por este motivo a minha casa passou a ser o centro principal dos jogos de tampa, praticamente era o dia todo de jogos, assim que terminava a aula, já tinha menino na porta do armazém, esperando para jogar, a minha casa era uma casa cheia de meninos, uma verdadeira alegria, e como toda brincadeira ficava no armazém, nossas brincadeiras não interferiam em nada no bom andamento da casa.
Aguardem o resto da história, até a próxima semana.
