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| Alexandre Tenório O contador de histórias... |
ERA TEMPO DE 7 DE SETEMBRO
(PARTE II)
O 7 de setembro era tempo de rever os amigos, pois praticamente todos os bonconselhenses que moravam fora, vinham para a terrinha e faziam suas confraternizações, com os que tinham ficado aqui.
GINÁSIO SÃO GERALDO
O grande marco da educação de nossa cidade, pois antes dele todos os estudantes do sexo masculino que tinham de fazer o ginasial e pedagógico tinham de ir estudar em outra cidade, isto faziam com que só os ricos, tinham este privilégio, e as pessoas mais pobres teriam de se contentar com o primário.
Por isto é que a grande maioria dos nossos doutores teve origem no São Geraldo, pois ao colocar o ginasial e pedagógico, o nosso estudante só iria estudar em Recife quando passasse no vestibular, ou iam fazer um cursinho na capital o que diminuía muito os custos deste aluno para a família.
O 7 de setembro do São Geraldo era trabalhado o ano todo, pois ao contrário do Colégio N S do Bom Conselho, o São Geraldo saia com partes esportivas, carros alegóricos e tudo que se tinha direito, o 7 de setembro para nós do são Geraldo era a data maior do ano, nós ficávamos sonhando com o 7 de setembro, na noite interior nossa roupa deveria está limpa e engomada, pois com a farda era de “KAKI FLORIANO’’, ela só ficava bonita se fosse engomada, se você a colocasse em pé ela ficava ah ah ah ah , o sapato vulcabras tinha de estar impecavelmente engraxado (quem dava este trato era Passeata ou Beto), praticamente nós não dormíamos direito, era dormir e acordar, dormir e acordar, até ver o dia clarear.
Tomávamos banho e fazíamos um café da manhã reforçado, que era para poder agüentar , pois não queríamos desmaiar.
O pessoal que iria com as bandeiras e o pessoal que iam com as taças tinham de ir de luvas, os meninos que iam dividindo os pelotões também tinham de ir de luvas, o resto da macacada ia com o fardamento normal, porém tinha de ser rigorosamente passado ferro, nada de calça com remendo, ou faltando botão, antes de sairmos para o desfile era feito uma minuciosa revista, e quem não tivesse dentro dos conformes não desfilava.
A banda ia com traje de gala, a calça e saia era de tergal nova America (cor de kaki) e camisa e blusa de poliéster branco, todos tinham de usar luvas e boina cor de kaki. Tanto na calça como na saia existia uma lista fina na cor de vinho, que ficava na lateral direita e esquerda tanto da calça como da saia.
O traje de KAKI FLORIANO que era o do dia a dia do ginásio tinha finas listras cor de vinho que identificava o grau de escolaridade do aluno, os alunos do primário tinham estas listra nos braços, tanto direito com esquerdo quem era 1ª serie tinha uma listra, quem era 2ª serie tinha duas listras e assim por diante, até chegar quatro listras que era a 4ª serie, quando se passava para ginasial estas listras iam passar os ombros, e da mesma maneira como era no primário a quantidade de listra era proporcional ao anos que o estudante cursava, quando nós passávamos de ano imediatamente mandávamos nossas mães colocar uma nova listra na blusa, aquilo dava orgulho e distinção perante os outros alunos com menos listras, também nós dava o privilegio de usarmos a quadra mais vezes que os alunos inferiores.
AGUARDEM O PRÓXIMO CAPITULO, COM O DESFILE PROPRIAMENTE DITO, DO SÃO GERALDO.
NÃO ESQUEÇAM QUE LÁ EMBAIXO, TEM A NOSSA COLUNA COM TODOS OS ARTIGOS JÁ ESCRITOS.
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