Brincadeira de mau gosto atrapalha atendimento da polícia.

Uma brincadeira de mau gosto atrapalha o serviço da polícia: o trote. Só no Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods), mais de um milhão de ligações feitas no ano passado foram trotes. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) passa pelo mesmo problema. Quando alguém disca o número 191, na Central de Informações Operacionais da PRF, quem atende a ligação só pensa uma coisa. “A ligação sempre para o 191 é uma ligação de emergência . Todas as ligações que chegam aqui nós consideramos de prioridade máxima e que qualquer usuário está passando por dificuldade, acidente, roubo, assalto”, explica o policial rodoviário federal Robson Costa.
Acontece que há quem ligue só para atrapalhar. Com o grande número de telefones celulares pré-pagos fica difícil identificar quem faz isso, mas alguns, pela voz e horário das ligações, já se tornaram conhecidos. “Já identificamos o maníaco do 191. Ele liga aqui constantemente e fica, principalmente quando é o plantão das colegas, ele fica com conversas com conteúdo pornográfico, palavras de baixo calão”, diz o policial rodoviário federal Guilherme Pradines.
Os trotes, infelizmente, representam 97% das ligações feitas para o 191. “Nós fizemos um levantamento e a média mensal de ligações para o 191 é de 40 mil. Portanto mais de mil ligações por dia. No momento em que o indivíduo desocupado, ou até mesmo uma criança, liga para o 191 com o intuito de passar um trote, estará ocupando a linha telefônica e alguém, numa situação real de emergência, deixará de ser atendido pelo serviço de emergência da Polícia Rodoviária Federal“, alerta o assessor da PRF, Éder Rommel.
CIODS
O Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods), o número de trotes também impressiona. Das 505 mil ligações para o número 190, em janeiro, 103 mil foram trotes. No ano passado, o Ciods recebeu 5,5 milhões de ligações. Dessas, 1,2 milhão não passaram de brincadeira de mau gosto.
O problema é que todos nós perdemos quando alguém ocupa a polícia, os Bombeiros e equipes de saúde com trotes, ainda mais, em períodos de festa, como o Carnaval. “Nós temos todo o efetivo lançado nos pontos de animação, nos focos de folia, e isso nos deixa cada vez mais com maior trabalho. Quando há trotes dificulta o atendimento das ocorrências. E com isso, a gente tem uma demanda maior de serviços a realizar. No momento em que chega um trote isso dificulta mais ainda porque estou deslocando um efetivo para um evento que não é verdade”, destaca o gerente do Ciods, o coronel Sérgio Viana.
A polícia faz um alerta: quem for flagrado passando trote pode pegar até seis meses de cadeia.

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