COLUNA ENSAIO GERAL POR ALEXANDRE TENÓRIO

Alexandre Tenório
Empresário e Escritor
ERA TEMPO DE FIM DE ANO
 (PARTE II)

A disputa para andar na roda gigante era grande, uma fila quilométrica, pois todo mundo queria ter o prazer de dizer que andou na roda gigante. Tomei uma decisão, iria andar na roda gigante, embora eu não gostasse de altura, mas tinha de andar para sentir o prazer de dizer que andei na roda gigante.
Entro na fila e aos poucos ela vai andando, e quanto mais chega perto da dita cuja, mais nervoso eu fico, quando chega minha vez de embarcar na danada, eu tento voltar atrás mais não tem mais jeito, quando me dou conta já estou sentado na cadeira, e ela começa a subir, eu me seguro no ferro que tranca a cadeira, e começo a rezar, e ela vai subindo devagar, a cada passageiro que vai subir ela para, e assim vai até eu ficar no cume, a cadeira começa a balançar, eu não vejo a hora de descer e sair daquilo, quando ela começa a descer da um frio na barriga, e a sensação que você vai cair, então ela chega à parte de baixo, e começa a subir de novo, e começa todo sacrificou outra vez, depois de umas 5 ou 6 rodadas ela começa a parar, quando chega minha vez de descer eu estou mais branco que cera, uma vontade de vomitar, eu saio meio tonto, sento no branco da praça até voltar ao normal, e fiz naquele instante uma jura de nunca mais na minha vida andar de roda gigante, e até hoje não quero nem ouvir falar de roda gigante.
Era um parque completo com, chapéu mexicano, carrossel com cavalo e com pata, uma grande barraca de tiro ao alvo, etc. No dia 1º de dezembro Bosco Presideu colocava no ar o seu serviço de som, ele ficava localizado no lado direito da escadaria da igreja matriz, o locutor era Wilson Carteiro, com um bom gosto que herdou do pai João Presideu, o serviço de som de Bosco era uma beleza, e durante todo dia e noite ele tocava o que havia de melhor na nossa música, e também tocava os lançamentos que iam saindo, as casas comerciais faziam o seu comercial e os namorados mandavam músicas para as suas namoradas e vice-versa. Alguém que tivesse uma paquera mandava uma música para aquela paquera, e não era raro ter algum anúncio da seguinte maneira: “para a menina que esta de vestido branco ouça esta linda gravação de um alguém que muito lhe ama” pronto, estava feito a bagaceira, pois todas as meninas que estavam de branco achavam-se a dona da música.
Outras vezes eles diziam “DE UM ALGUÉM PARA OUTRO ALGUÉM”, outras vezes o anúncio saia assim “ MARIA OUÇA ESTA LINDA GRAVAÇÃO QUE JOSÉ LHE MANDA” imaginem a bagaceira que era, pois quase todo mundo tinha Maria no nome e quase todo mundo tinha José no nome. A igreja matriz tinha uma belíssima lapinha feita por Zé Basílio, ela ficava no vão do lado direito da nave, junto da porta que dava entrada para o relógio, eu tinha obrigação de toda véspera de natal ir olhar, e todo ano encontrava algo diferente, era um novo personagem, era um novo lago, era um novo adereço.
O ano de 1968 foi um natal muito triste.
CONTINUA NA PROXIMA SEMANA
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