COLUNA ENSAIO GERAL POR ALEXANDRE TENÓRIO


Alexandre Tenório - Escritor

OS 100 ANOS DE SEU JOSÉ CORRENTÃO
No próximo dia 20 de setembro de 2012, completaria 100 anos, um dos mais ilustres bom-conselhenses, estamos falando de seu José Vieira Belo (José Correntão). Comerciante por mais de 60 anos em nossa cidade.
Seu José Correntão nasceu no seio de uma família pobre, porém de pessoas honradas. O terceiro filho homem do casal Francisco Vieira Belo (Chico Correntão) e Maria das dores Vieira Pires (mãe dasdores).
Os Vieira Belo vieram da cidade de São Miguel dos Campos no estado das Alagoas, e os Pires vieram de Tabira e Afogado das Ingazeiras em Pernambuco.
A família Correntão se confunde com a história social, política e econômica de nossa cidade. Embora tenham sido pessoas pobres, eles sempre tiveram uma posição de destaque na nossa comunidade, pois todos os correntões antigos tinham uma profissão: José Vieira Belo (cazuza) era ferreiro, Francisco Vieira Belo (Chico Correntão) era oleiro, agrimensor e pedreiro, Joaquim Vieira Belo (Joaquim Correntão) o maior pintor que nossa cidade já teve, Mestre Véu (um dos maiores marceneiros que nossa cidade Já teve), João Vieira Belo (João Correntão) pedreiro.
A segunda geração dos Correntões se destacou como comerciantes.
Expedito Correntão (comerciante de tecidos), Gabriel Correntão (comerciante de tecidos), José Correntão (comerciante de tecidos), João Correntão (foi comerciante de tecidos em Bom Conselho e também em Recife), Plínio Correntão (comerciante de tecidos), Antônio Correntão (comerciante tecido) e Gervásio Pires (foi comerciante tecido e político).
O menino José Correntão era o vendedor oficial das cocadas pretas feita por sua mãe dona Das dores, que mereciam grandes elogios da população e que não deixou substituta na família.
Certa feita ele me confessou que não gostava de vender estas cocadas, pois desde criança ele sempre foi uma pessoa vaidosa, estar com um tabuleiro de cocada na cabeça, não fazia muito seu gosto.
O jovem José Correntão era muito vaidoso e tinha como apelido (Rodolfo Vaselina) em referencia a o grande astro do cinema mudo Rodolfo Valentin.
Foi comerciário nas casas Paulista (hoje casas pernambucana) e depois foi ser comerciário da casa dos Apolinários (a maior loja de nossa cidade naquela época) ficava localizada onde hoje é o supermercado Bom conselho.
Era disparado o melhor vendedor dos lugares onde passou. Vendo a família crescer resolveu ser mascate, começou a fazer as feiras de Terezinha, São Serafim, Prata e Caldeirões dos Guedes.
Chegou a sofrer um acidente no caminhão que vinha da feira de Terezinha, graças a deus o estrago foi pouco.
Resolveu se estabelecer no início da década de quarenta, ele foi proprietário do Bar Continental, que ficava localizado aonde é hoje a cooperativa agropecuária.
Depois foi sócio de João Presideus no cine Rex, depois voltou ao mascate e finalmente se estabeleceu na Praça Dom Pedro II nº86 com a CASA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO.
Dali só saiu para o cemitério aos 81 anos, exatamente no dia 06 de outubro de 1993.
Era figura obrigatória em todas as festas de nossa cidade, fazendo par com sua esposa dona Berenice, no qual foram casados por 56 anos.
Formavam um par perfeito. Os dois quando jovens eram bonitos e a velhice não tirou essa beleza.
Quando davam 12 horas obrigatoriamente ele descia para almoçar, as pessoas que estavam na calçada ou na porta de suas casas, diziam para os que estavam dentro de casa - podem colocar o almoço que já é 12 horas. Pois pontualmente ele descia naquela hora, da mesma maneira era na hora do jantar.
Invariavelmente usava terno, dificilmente você o via de camisa curta.
Deixaram quatro filhos, 13 netos, 19 bisnetos e um trineto a caminho.
Embora tenha vivido num dos momentos mais difíceis politicamente em nossa cidade, era respeitado por os adversários.
Mesmo assim teve a porta da frente da sua casa estourada pelos partidários do coronel, em uma das suas comemorações.
Este ser maravilhoso que habitou nossa cidade por 81 anos, deixou muita saudade em todos aqueles que conviveram com ele.
Foi um privilégio eu ter sido seu neto e ainda por cima ter sido criado por ele, estas poucas palavras sobre você meu avô querido é muito pouco para o que você foi para nossa família, para a nossa cidade e a nossa sociedade.
Falta para perpetuar o seu nome em nossa cidade, um prefeito colocar seu nome num logradouro publico.

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1 Comentários

  1. Saudades desse casal exemplar. Conheci o casal comerciante nos idos dos anos 80 e inicio dos anos 90. Um amor verdadeiro que durou até a morte.È raro vermos um casal viver tanto tempo juntos e se amando. Adimirava vê-los andando de mãos dadas lado a lado, como um casal de namorados, que na verdade eram! Aqueles que ficam na nossa mente e fazem história, jamais morrerão!

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