COLUNA ENSAIO GERAL POR ALEXANDRE TENÓRIO


PAI DE SANTO PASSEATA
Não perguntem o nome verdadeiro dele que eu não sei, e também porque o apelido de Passeata, que eu também não sei. Desde quando me entendi de gente, que o conheci por Passeata. Tinha estatura mediana, era magro, cor morena, um pouco careca, os olhos um pouco esbugalhados e usava chapéu. Todos os bom-conselhense das décadas de 60, 70 e 80 conheceram Passeata.
No tempo passado, nossa cidade tinha uns 5 a 6 engraxates, eles se concentravam com suas caixas de engraxates aonde hoje é a Designe Calçados. O mais famoso, deles era Passeata. Um sapato nas mãos de Passeata sai novinho em folha. Passeata gostava de tomar umas e era o que podemos chama de bêbado chato, pegajoso, conversa mole que não acabava mais.
O tempo foi passando o tênis foi tomando o lugar do sapato de couro, as graxas prontas que passaram a ser vendidas nos supermercado também facilitou a tarefa de engraxar o sapato em casa, e com isto, foi se acabando os engraxates.
Numa reviravolta espetacular, o nosso engraxate Passeata, colocou um terreiro de Candomblé e passou a se chamar Pai de Santo Passeata, incorporando as mais diversas divindade do nosso sincretismo religioso. Zé pilintra, Exu, Ogum etc. Todos estes santos do Candomblé baixava no terreiro de Pai Passeata. Mesmo passando a ser uma autoridade religiosa, Passeata não deixou de tomar suas carraspanas, e quando bebia continuava do mesmo jeito, insuportável.  
Quando menos esperamos passeata desaparece de nossa cidade, e vai embora para São Paulo. Ele já tinha alguns filhos morando lá. Nunca mais Passeata veio visitar a nossa querida Bom Conselho.
Quem sentiu muito a falta de Passeata foi Noé, pois diziam que eles tiveram um caso amoroso ah ah ah. Vai aqui esta minha homenagem a este bom-conselhense que já estava esquecido por todos.

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