COLUNA ENSAIO GERAL COM ALEXANDRE TENÓRIO

BAR E RESTAURENTE KENNEDY PARTE IV
Entramos agora na era de Gilvan Cordeiro como dono do Kennedy. Gilvan era dono de um bar próximo ao Kennedy, ele ficava localizado a uns 20metros do referido restaurante. O bar de Gilvan tinha uma especialidade, que era unanimidade em nossa cidade “BUCHADA DE BODE”. Todo domingo se reunia vários boêmios e apreciadores “deste que é o mais nordestino dos pratos” para degustarem gostosa iguaria. Gilvan levou para o Kennedy a sua buchada, pois já era um prato consagrado no gosto dos bom-conselhenses.
Com a chegada de Gilvan, o Kennedy voltou a ser mais restaurante que bar. Duas iguarias introduzidas no cardápio do restaurante foram prontamente aceitas pela clientela; O FRANGO AO MOLHO PARDO e O FRANGO ASSADO NA TACHA, estes pratos eram acompanhados por feijão de corda verde e uma generosa salada de tomate, alface e cebola e para terminar ele nos servia um arroz refogado bem soltinho, no caso do frango assado ainda vinha uma generosa porção de batatas fritas.
Dois pratos para tira gosto foram bem aceitos pelos clientes; O FIGADO ACEBOLADO (vinha bem suculento com bastante cebola, tomate e pimentão) A CARNE DO SOL (assada na brasa) uma delícia. Outra especialidade de Gilvan era o seu molho a vinagrete, o grande diferencial do molho vinagrete de Gilvan para os dos outros, era que ele colocava vinho e bastante coentro, realmente ficava uma delícia, e era o acompanhamento do churrasco e da carne de Sol.
O grande calo do Kennedy era sua cerveja, que dificilmente estava gelada no ponto. O refrigerador das cervejas era o mesmo do bar anterior, ou seja um refrigerador velho, na cor azul, da marca Admiral. Quem chegava primeiro para beber, ainda bebia uma bebida razoável, porém quem chegava por último, bebia uma cerveja apenas fria. Passei a minha vida inteira aconselhando Gilvan a comprar um freezer para cerveja, e nunca consegui que ele fizesse este empreendimento. Um lado positivo na comida de Gilvan era a quantidade de comida que ele colocava na hora do almoço, ele não era miserável, a comida era farta, ele gostava de se gabar desta fartura.
Existia uma comida que ele só fazia a pedido, pois não fazia parte do cardápio, que era o PIRÃO DE OVO, quando estávamos com ressaca, pedíamos que ele próprio fizesse o pirão de ovo, vinha uma beleza, bastante apimentado, era de levantar defunto. Na semana santa ele fazia um sururu no coco que era uma delícia. Eu comi no Kennedy uma única vez, algo que nunca mais vou esquecer, foi um PIRÃO DE SURURU NO CAPOTE. Um amigo de Maceió trouxe para ele o sururu no capote, e ele fez este pirão, e chamou os mais próximos para saborear esta iguaria e posso afirma aos senhores leitores, foi uma das comidas mais gostosas que eu comi em minha vida.
NO PRÓXIMO ARTIGO CASOS E CAUSOS ACONTECIDOS.


Postar um comentário

0 Comentários