DEU NO TODO SEGUNDO: Grupo político tentava manipular emissora de rádio em Palmeira

Farol FM estaria servindo como moeda de troca entre políticos. João Caldas disse que vai tomar as providências
Por Berg Morais

A demissão do radialista Cláudio André fez com que fosse à tona uma manobra política que a rádio Farol FM de Palmeira dos Índios estava sendo submetida, através do grupo político comandado pelo prefeito do município, que ditava as ordens ao diretor-geral da emissora, vereador Val Basílio (PRTB). Ao tomar conhecimento da situação que a emissora estava passando, o proprietário do Grupo Farol de Comunicação, ex-deputado João Caldas (SD), disse que não deixará a rádio virar moeda de troca no meio político.

Tudo começou há cerca de um mês, quando Val Basílio proibiu o radialista Cláudio André de ler matérias que criticassem o grupo político de James Ribeiro (PSDB) e de entrevistar este jornalista. O âncora do programa “você faz a notícia” se negou a atender as determinações e pediu demissão por não poder fazer o seu trabalho com imparcialidade. Em seguida, o diretor da emissora desconsiderou a proposta e o programa voltou ao ar.

Dessa vez, segundo Cláudio André, Val Basílio não estava cumprindo o que foi acordado entre eles. “Quando me ligaram, a minha condição de trabalho foi para não ter conchavo com a prefeitura. Que seguiria uma linha independente. Pedi um salário de R$1.500,00. O Val disse que me pagaria R$1.200, 00 por três meses e depois seria o valor total. Passaram-se seis meses e ele não cumpriu o acordo e atrasou o pagamento das comissões de vendas que fiz”, revelou o radialista.

Cláudio André foi mais além e denunciou um esquema onde o prefeito iria arcar com as despesas de um novo âncora para o programa jornalístico. “O Val [Basílio] me disse que o prefeito está oferecendo Carlos Santa Rosa à rádio. O prefeito paga o salário dele, pra ele defender o governo. Aí é quando ele vai dar entrevista na Farol. O prefeito até mandou saber quanto custava pra me tirar da rádio”, disparou.

Para comprovar a participação da prefeitura nesse esquema, Cláudio André revelou alguns valores pagos a emissora. “O contrato com a secretaria de saúde é R$ 2.500,00 e eu tenho direito a essa comissão. O dinheiro caiu pra o Val no início da semana e ele ta segurando”, argumentou.

Conversei com o ex-deputado João Caldas por telefone, pois estava em Brasília. Ele falou sobre a situação da emissora que é de sua propriedade. “Me ligaram dizendo que o Val tirou a linha da rádio, virou chapa branca. Mas eu vou tomar as providências. Eu acho muito difícil a gente continuar com ele lá no comando, por que ele confunde as coisas”, afirmou.

Quando questionado sobre uma possível negociação que levaria o vereador Júlio César para a direção da emissora, JC ponderou: “todo dia tem um comentário. O Júlio é candidato a prefeito e procurou JHC pra ir pro solidariedade e daí nasce essas conversas”.

O diretor de programação e também radialista Kall Melo usou o facebook para demonstrar sua insatisfação com a direção-geral da emissora. Por telefone, ele chegou a dizer que se a situação não for resolvida irá pedir demissão. “Sou um profissional e não vou participar desse jogo sujo”, reiterou.

Já o deputado federal João Henrique Caldas, o JHC (SD), disse que não se envolve em questões administrativas das empresas de sua família.

Foi tentado contato telefônico com o vereador Val Basílio para que ele comentasse as denuncias oferecidas sobre sua gestão a frente da direção da rádio Farol FM, mas ele não atendeu as ligações.

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