A REALIDADE DE UMA COMUNIDADE QUE DEPENDE DE UM CARRO PIPA

UM DESABAFO SINCERO E CHEIO DE REFLEXÃO

A chegada do caminhão da operação pipa do exercito em nossa comunidade é esperada e comemorada. Felizmente ainda podemos contar com essa abençoada ajuda que vem nos ajudando a anos acompanhado essa terrível seca. 

Nossa comunidade é composta de aproximadamente 60 famílias e temos apenas 03 pontos cadastrados pelo exército, que recebem água a cada 10 ou 15 dias com muita eficiência, a tempos atrás quando ainda havia alguma água nos barreiros e barragens era suficiente porque usávamos essa água apenas para beber e cozinha, mas agora temos que usar essa água para todos as necessidades da casa, diante da grande necessidade.

Solicitamos ajuda da prefeitura através da secretaria de agricultura que nos orientou a escolhemos pontos para serem abastecidos, já que não podiam atender a todos, entendemos e criamos uma expectativa muito boa, pensamos que íamos ter um atendimento parecido com o do exército. Imediatamente mapeamos a associação e escolhemos 04 pontos, sendo 02 no Sítio Capim Assú e 02 no sítio Lagoa Seca, entendendo que os 02 sítios fazem parte da mesma associação.

Isso aconteceu em janeiro há quase 03 meses. O tempo vai passando e até o momento só recebemos 02 carradas d'água em 02 pontos, sendo 01 em cada e os outros 2 não receberam nem a 1ª.

Por várias vezes procuramos a referida secretaria e cobramos essas águas, mas o que nos dizem é que os caminhões estão quebrados ou estão parados porque não tem onde pegar água, mas na semana seguinte mandarão e o tempo passa, a semana seguinte chega e nada, estamos cansados de tanto esperar, não sabemos mais a quem recorrer.

O curioso é que os caminhões a serviço do exército não vivem se quebrando e nem atrasando o abastecimento alegando que não tem onde pegar água. 

Achamos que o que falta de fato é priorizarem a seca e enxergarem a gravidade da situação, nós não estamos mendigando por ajuda porque gostamos de pedir. 
Mas, sim, porque tem famílias que mal tão conseguindo comprar comida, com que dinheiro vão comprar água se não estão tendo produção alguma e nem o garantia safra está sendo pago?

Colocaram um comercial no rádio dizendo que mais de 1000 famílias estavam sendo completadas com esse benefício, mas acontece que até este momento ninguém viu a cor de nenhum centavo. 

O que nos dizem é que faltou um laudo comprovando que houve perca na produção e nossa pergunta fica no ar: de quem era a responsabilidade de enviar ao Estado esse Laudo? Do agricultor temos certeza de que não era!
Coloquem a mão na consciência e entendam que água é vida e sem água a vida de muitos seres humanos, famílias carentes estão ameaçadas.

TEXTO DA PRESIDÊNCIA DA ASSOCIAÇÃOCOMUNITÁRIA DOS PEQUENOS AGRICULTORES DO SÍTIO CAPIM AÇU

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