A DESPEDIDA DE JOANITA TORRES – PARTE II


Alexandre Tenório
O contador de causos

COLUNA ENSAIO GERAL
POR ALEXANDRE TENÓRIO

O seu velório foi na sua casa na Rua José Amaral, embora dia de sábado aquela artéria tenha feira. A feira não foi empecilho para que, várias pessoas estivessem ao longo do dia no seu velório. Na hora do enterro a feira já tinha acabado. O caixão foi levado por seus sobrinhos e amigos, o carro de som da funerária tocando músicas religiosas, no qual por unanimidade dos presentes, acharam que aquelas músicas não condiziam com o que foi Joanita durante a vida, deveriam estar tocando músicas alegres e profanas. Ao longo do caminho lojas baixavam suas portas em sinal de respeito, cidadãos tiravam o chapéu, e os amigos iam comentando feitos e passagens engraçadas da sua vida. Terminava naquele dia a vida de uma pessoa que soube tirar desta vida tudo em que a vida podia dar de bom, bebeu todas, jogou seu jogo do bicho até o último dia de vida, fez amizade e deixou uma grande saudade em todos aqueles que tiveram o prazer de tê-la conhecido.
Durante 70 anos e vida, bebendo com homens, jovens e tudo quanto era lugar, jamais deu seu lugar para que ninguém insinuasse qualquer dúvida sobre seu caráter de donzela juramentada, quem era doido de soltar qualquer pilhéria ou tentasse qualquer insinuação fora da realidade. Quem assim se atrevesse a fazer, receberia imediatamente com esporo daqueles, deixava o individuo de cara no chão.
Somente duas pessoas podiam tirar brincadeira com ela, essas pessoas eram Dr. Daniel Brasileiro (seu compadre) e, este que vos escreve também seu compadre, nós éramos os únicos com moral para brincar com ela. Para terminar estas poucas linhas sobre Joanita Torres, devo dizer que um ser humano só foi feliz nesta vida, quando deixa muitos amigos, deixar muitos amigos é a prova cabal que aquela pessoa passou pela vida e foi feliz.
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