COLUNA ENSAIO GERAL POR ALEXANDRE TENÓRIO


ERA TEMPO DE CARNAVAL (PARTE I)

Sem sombra de duvida a maior festa popular de nossa cidade, e uma das maiores do interior de Pernambuco. Bom conselho durante o reinado de momo era invadido por pessoas que vinham de diversas partes do nosso estado e dos estados vizinhos. O pilar principal desta festa era o CLUBE DOS 30, os seus bailes eram a apoteose do carnaval, os seus salões cheios de pessoas, a alegria tomando conta de todos.
O carnaval começava com os ensaios da orquestra Villas Lobo do maestro Puluca, o clube fazia o contrato e nele ficavam estabelecido quantos músicos iria ter a orquestra e também os horários e dias que ela iria tocar, sempre eram as quatro noites, duas matinês e três maratonas. As maratonas eram sempre na quarta, quinta e sexta-feira que antecedia o carnaval, era na maratona que nós sabíamos se a orquestra estava boa ou não.
Os ensaios da orquestra Villas lobo eram sempre acompanhados por muita gente. Vi muitas vezes ao termino de uma musica o publico aplaudir a orquestra e como também vi muitas vezes o publico vaiar a orquestra. O que acontecia na sede de musica era como se fosse a nossa vida que estivesse em jogo, os ensaios da orquestra eram muito concorridos, e nós sabíamos que o sucesso do carnaval estava atrelado ao bom desempenho da ORQUESTRA VILLAS LOBO. Eis ai o motivo de tão concorrido eram os ensaios.
Por umas duas vezes o clube dos 30 não fechou com a orquestra Villas lobo e trouxe a orquestra do maestro Moraes de Palmeira dos Índios, o que nos deixava de orelha em pé, pois nós não tínhamos a mínima idéia se esta orquestra estava boa ou não, nós só íamos descobrir quando ela tocava nas maratonas.
Para ser franco com os senhores, a nossa orquestra era melhor que a do maestro Moraes. Para vocês terem uma idéia como a coisa era tão seria, nós acompanhávamos as negociações do clube com a orquestra, etapa por etapa, quando o acordo era firmado, em um minuto corria toda cidade a noticia que tinha havido acerto do clube com a orquestra, então era uma alegria geral.
Uma das coisas que deixávamos todos nós emocionados, era quando no primeiro dia de maratona, a orquestra saia da sede de musica em direção ao palco armado na Praça Dom Pedro II, e quando ela dobrava a esquina da Rua José do Amaral com a Praça Pedro II tocava vassourinha, aquilo arrepiava o corpo todo, naquele momento nós sabíamos que realmente o carnaval estava começando.
O nosso amigo Erivan Marceneiro tinha uma escola de samba composta por umas 15 pessoas, ele tocava cuíca, foi à única pessoa em nossa cidade que tocou este instrumento, não tenho idéia de outra pessoa que tocou este instrumento. Durante a semana pré-carnavalesca Erivan saia à noite com a escola de samba ensaiando para o carnaval.
Lembro-me muito bem que nós os pequenininhos fazíamos nossa escola de samba de lata, a lata de goiabada era o tarol, a lata de cera cochopa era a caixa e a lata de querosene jacaré era o surdo, e lá ia nós tocando, um monte de meninos tudo na faixa de 7 a 9 anos.
Aguardem que tem mais.

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